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As cores mandam em mim - Baganha Galeria   As cores mandam em mim
Júlio Resende

CAE da Figueira da Foz
13 de julho a 28 de setembro de 2013

 

Júlio Resende (1917-2011) foi um dos mais prolíferos e ricos autores portugueses da contemporaneidade. A partir de 2009, a Baganha Galeria teve o privilégio da sua exclusividade. A história deste espaço de arte e cultura está, por isso, intimamente ligada a este nome maior da arte portuguesa.

As cores mandam em mim”, numa coprodução com o CAE da Figueira da Foz, é assim uma exposição que pretende homenagear o Mestre, divulgando o seu trabalho e perpetuando a sua memória.

O percurso e currículo de Júlio Resende são absolutamente notáveis. De 1930 a 1936 executou ilustrações e banda desenhada para jornais e publicações infantis, realizando cuidada aprendizagem do desenho e da pintura na Academia Silva Porto. Frequentou a Escola de Belas Artes do Porto e foi discípulo de Dórdio Gomes. Entre 1947/48 estudou as técnicas do fresco e da gravura na Escola de Belas-Artes de Paris. Recebeu formação de Duco de la Haix e de Otto Friez. O trabalho produzido em terras gaulesas é exposto em Portugal em 1949 e as propostas atualizadas que Resende apresenta definem a sua vocação de expressionista e inspiram muitos dos seus pares.

No ano de 1951, depois de ter viajado um pouco por toda a Europa, fixou-se novamente no Porto, passando a gente do mar a constituir o tema dominante da sua pintura. Investigou o desenho infantil, “colecionou” prémios em Portugal e no estrangeiro, criou cenários e figurinos para diversos espetáculos de diferentes companhias de teatro e de bailado, lecionou no ensino secundário e foi professor na Escola Superior de Belas-Artes do Porto.

A obra de Júlio Resende revela que assimilou algum cubismo, que vai dominar a sua fase alentejana, e mais tarde os trabalhos que têm o Porto como tema central. A sua pintura caracteriza-se pela plasticidade e dinâmica, de malhas triangulares ou quadrangulares, aproximando-se de forma progressiva da não figuração. Do geometrismo ao não figurativo, do gestualismo ao neofigurativo, a sua arte desenvolve-se numa encruzilhada de pesquisas, cuja dominante será sempre expressionista e lírica. Pintor de transição entre a figuração e a abstração, Resende distinguiu-se também como professor, trazendo à escola do Porto um novo espírito e, sobretudo, aos alunos que a frequentaram na década de 1960.

A obra pictórica de Júlio Resende revela que ele compreendeu a pintura europeia, porque a observou, experimentou e a soube transmitir aos pintores e aos alunos que formou. O Porto, as suas gentes e quotidianos ficarão, para sempre, imortalizados nas suas obras.

Para “As cores mandam em mim” selecionamos um conjunto de óleos sobre tela, pintados entre 2004 e 2010, que revelam um pintor “que sempre se interessou pela figura humana. Por mim e pelos meus semelhantes. A minha pintura raramente deixa de figurar o Homem”, escreveu Júlio Resende.

Porto, julho de 2013
Helena AM Pereira

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